Em tempos distantes, no Reino das Sete Cidades, vivia uma princesa de olhos azuis, aprisionada pela condição de filha única do rei.
Cansada do exílio imposto pelos cuidados do pai, a jovem escapou da sua prisão para encontrar liberdade nas florestas de encantos que as muralhas do castelo não conseguiram esconder. Nesse lugar de sonho, plantado sobre um vulcão adormecido, a princesa acordou o amor nos olhos verdes de um jovem pastor, com quem trocou promessas de amor eterno. Mas outra muralha se ergueu. O rei, seu pai, descobriu o romance e logo proibiu a princesa de voltar a ver o pastor, concedendo, porém, que se despedissem num último encontro. Envolvidos num abraço, os dois apaixonados choraram tanto que a natureza, comovida com a inevitabilidade deste amor, fez nascer das lágrimas duas lagoas: uma azul, da cor dos olhos da princesa, e outra verde, como os olhos do pastor.
Ainda hoje, em dias de sol, é possível contemplar, nas Sete Cidades, este amor que encontrou para sempre o seu lugar: duas lagoas de cores distintas que estão sempre juntas, sem nunca se poderem misturar.