Longe no tempo, a ilha do Corvo era um refúgio de piratas atlânticos que a preferiam para saquear e escravizar os seus habitantes. Em 1632, perante uma nova ameaça de invasão e com uma vontade inspirada na valentia e na fé, o povo decidiu resistir com as suas rudimentares alfaias agrícolas e com uma arma secreta que a sua terra oferecia.

Do alto das falésias que rodeiam a ilha, todos sabiam haver abundância de algo que se provou mais poderoso que a pólvora: as rochas vulcânicas. Do íngreme desfiladeiro que marcava a entrada da ilha, os corvinos criaram uma verdadeira chuva de pedras que imediatamente esmagou a invasão, expulsando os piratas de volta para o mar.

A lenda conta que Nossa Senhora do Rosário, a padroeira da Ilha, veio em seu auxílio desviando cada tiro dos piratas de volta aos seus navios, ficando, desde então, conhecida por Nossa Senhora dos Milagres. Ainda que perdida no tempo, esta inspiração de resiliência vive, ainda hoje, na memória dos corvinos.