Provincetown, ou P-town, como é vulgarmente conhecida, é o princípio e o fim, dependendo do ponto de partida. Saia de Boston de ferry ou vá de carro, percorrendo em cerca de duas horas toda a região do Cape Cod e seguindo por uma só estrada, até ao fim. Pelo caminho, imagine a aventura dos que, no passado, atravessaram o oceano para chegar ao novo mundo e ficar, incluindo tantos portugueses e açorianos – que o “P” de P-town bem podia ser “P” de Portugal.
Se sair de Boston, rume ao Sul pela Route 6. Depois, basta seguir até onde a estrada finalmente desagua no mar. É uma manhã quente de julho, mas o quente aqui tem remédio – água salgada, mar. Tanto mar, aliás, que não espanta que as várias gerações de açorianos e açorianas que aqui foram chegando, contratados no final do século XVIII para trabalhar na pesca e na caça da baleia, tenham decidido ficar. A sua presença continua clara em P-Town: em 2010, representava cerca de 15 por cento da população residente. Por todo o lado, esvoaçam as bandeiras portuguesa e açoriana, permanecem os nomes das ruas, como a Portuguese Square, e o Provincetown Portuguese Festival, organizado todos os anos em junho, oferece aos visitantes o melhor da gas- tronomia e cultura portuguesas.
P-town é uma pequena vila, por isso prepare-se para a descobrir. Um saco para a praia, água e protetor solar, outro saco para as compras. Dê vinte passos e tente não correr logo para a praia. Ou mergulhe logo, então. Haverá, porventura, melhor maneira de ser recebido em qualquer lugar no mundo? Sacuda a areia. Repita tantas vezes quanto possível ao longo do dia, já que há tanto para ver e fazer nesta pacata vila de 3000 residentes, cuja população beira os 60 mil durante o verão.
Entre na Commercial Street e depare-se com um reboliço de gente, bares, cafés, restaurantes, pequeno comércio, pequenas pousadas e hostels. Os carros dificilmente circulam por entre as multidões, e por todo o lado é visível que P-Town é para todos e todas, e que os preconceitos e discriminações não têm aqui lugar.
Se veio em busca de sossego, visite o porto e os vários faróis ao longo da costa ou suba o Pilgrim Monument, uma torre de 77 metros de altura, erigida no início do século XX para comemorar a chegada do Mayflower a P-Town em 1620, e que recompensa a subida de 116 degraus com uma vista sobre toda a vila. Ou fique-se pelas muitas praias existentes, entre as dunas de areia branca e as casas cobertas a madeira-cinza, onde, por momentos, quase se esquece toda a América que está para trás e estamos numa quase-ilha, onde o calor é tem- perado pelo mar, as ruas são escassas e estreitas e as pessoas de todas as cores.
Texto e foto de Isidro Fagundes
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