No decorrer da modernização dos serviços de ar da SATA, os voos operados pelos aviões Dakota passam a ter Assistentes de Bordo, anteriormente conhecidas como hospedeiras do ar.
Neste contexto, em outubro de 1968, realiza-se o primeiro voo da SATA com Assistentes de Bordo, entre Santana e Santa Maria, aos comandos do Comandante António Galhardo.
Ana Maria Garcês, Luísa Gamboa, Leonor Pacheco e Margarida Branco foram as primeiras Assistentes de Bordo da SATA e encantaram os passageiros com a sua simpatia.
Estas profissionais tiveram formação em procedimentos de segurança e de emergência a bordo, orientada pelo formador Roberto Teixeira, e formação em técnicas de salvamento e primeiros socorros, orientada pelo Dr. Acácio Cordeiro, um médico local. As primeiras Assistentes de Bordo da SATA tinham ainda entre as suas competências, noções de meteorologia, rotas e peso e centragem.
As principais funções das Assistentes de Bordo eram dar as boas-vindas aos passageiros a bordo, fornecer as informações necessárias sobre o voo e prestar assistência aos passageiros que ficavam indispostos ou aos que tinham fobia de voar. As Assistentes da SATA ofereciam ainda rebuçados a bordo, tradição que se manteve até 1980.
Na altura, estas profissionais também complementavam o trabalho dos Oficiais de Tráfego, prestando a assistência necessária aos passageiros.
Em julho de 1968 foi aprovado o regulamento do Pessoal Navegante Comercial da SATA.
Eram, então, algumas das condições de admissão para Assistentes de Bordo:
– Idade entre 18 e 27 anos;
– 35 anos como limite máximo de idade para exercer a profissão;
– Estado civil de solteira, sendo que ao contrair matrimónio as Assistentes de Bordo deixavam de poder exercer a profissão na SATA;
– Escolaridade mínima: 5º ano dos liceus;
– Fluência em português, inglês e francês;
– Mínimo de 1,55 m de altura;
– Boa apresentação e bom nível de cultura geral.
O segundo grupo de Assistentes de Bordo da SATA viria a surgir em 1971, exercendo a sua atividade também nos aviões Dakota.
Após 25 de abril de 1974, com o primeiro Acordo Coletivo de Trabalho, a exigência do estado civil de solteira foi suprimida e as Assistentes de Bordo casadas puderam voltar a exercer a sua função.
Mais de 50 anos depois de terem surgido as primeiras Assistentes de Bordo na SATA, esta função apresenta hoje novos desafios e características continuando, todavia, a ser uma profissão de sonho para muitos jovens.