
Inverno na Cidade das Luzes
Mesmo no inverno, Paris é uma cidade atrativa ao visitante. Um destino seguro para quem procura cultura, beleza, charme e qualidade. A capital da França redescobre-se em cada regresso.

A chuva cai junto às margens do rio Sena e há um momento em que a objetiva da câmara capta aquele momento nostálgico, cinzento, mas belo na essência que emana de um poema. As árvores podem ser como filigranas de prata e as cores de Paris misturam-se com sons e cheiros que fazem com que esta cidade mantenha a chama ardente de cidade das luzes. Paris será sempre Paris, não importa a estação do ano. Enquanto as obras da Catedral de Notre-Dame continuam a bom ritmo após o incêndio de 15 de abril de2019, ainda assim a reconstrução só está prevista para terminar em 2024. Será ainda o ano em que Paris receberá as XXXIII Olimpíadas da era moderna.
A cidade recupera o ritmo de outros tempos, sempre aberta ao turista e preparada para receber de braços abertos com eventos e, sobretudo, aquilo que nunca faltará em Paris: sofisticação, beleza e cultura. Apesar de, desde 2015, não ser possível aos amantes do Sena deixar o seu amor preso na eternidade através de um cadeado na Pont des Arts, há ainda turistas que insistem em manter viva essa tradição, colocando em perigo estrutural muitas das pontes parisienses. Criou-se, inclusive, um movimento com a designação de “No Love Locks” para combater e sensibilizar as pessoas para os efeitos que a sua ação estaria a causar.


Paris pode ser bem aproveitada para a visita a parques temáticos de Natal, admirar decorações da época e degustar as mais diversas variedades de ofertas gastronómicas. Os carrosséis continuam a rolar em Montmartre e, desde os centros comerciais de luxo aos passeios pelos diversos jardins – não perder os Jardins do Luxemburgo, por exemplo -, a cidade continua a evocar memórias da sua história. Um tempo no qual houve monarquia, mas também uma revolução, um Imperador com ambições mundiais, cujo percurso influiu também na própria história de Portugal, indo aos desafios que a República enfrenta na atualidade.



Deverá ter sempre presente o turista que esta foi a cidade que deu ao mundo grandes nomes das artes e da intelectualidade. É um berço de sabedoria e conhecimento e que as “luzes” de hoje em dia não se referem apenas ao momento histórico em que, em 1667, de modo a diminuir a taxa de criminalidade noturna, o tenente-geral da polícia Gilbert Nicolas mandou iluminar a cidade com lanternas e tochas. Também os moradores aderiram à ideia e Paris passou a ser conhecida como a cidade-luz. Se hoje as luzes são aquelas que iluminam um mundo diferente do daquela altura, em Paris não mudou a vontade de continuar a querer mudar o mundo. E, para isso, é preciso iluminar mentes. Talvez o visitante veja nestas luzes de Natal em Paris uma nova esperança para dias mais luminosos, onde quer que viaja a seguir, levando sempre um pouco da capital francesa na memória. Com a certeza de dias bem passados.
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