Chamem-lhe pelo nome que quiserem. Pode ser Poço da Ribeira do Ferreiro, Lagoa das Patas ou o Poço da Alagoinha, não interessa. O que realmente importa é saber que temos aqui um daqueles locais incontornáveis dos Açores, sobretudo para quem visita a Ilha das Flores. O nome mais conhecido é, de facto, Poço da Alagoinha, na freguesia da Fajã Grande.
A designação “Lagoa das Patas” vem da quantidade de animais que é possível encontrar naquelas paragens. Estamos a falar de um local que muitos caracterizam como sendo “paradisíaco”. E essa é uma designação perfeita, apesar de ser quase banal quando se fala da muita Natureza que podemos encontrar espalhada pelas nove ilhas do arquipélago dos Açores. Neste caso em particular podemos ainda acrescentar o “obrigatório” como local de visita.
Trata-se de um poço que tem, como destaque, a falésia por onde saem as águas das diversas cascatas. À volta, sentimos a força bruta da vegetação intensa, o quadro perfeito, desenhado, imaginado e pintado de modo a completar esta autêntica maravilha açoriana.

O Poço da Alagoinha beneficia ainda do facto de estar integrado na Zona da Reserva Florestal do Morro Alto, uma área destinada à proteção ambiental e preservação permanente. Graças a esta proteção, o ser humano que o visita pode assim entrar em comunhão com a imagem idílica daquilo que se convenciona chamar de “um verdadeiro paraíso de natureza virgem”.
Será exagero aquilo que aqui dizemos. Será pura propaganda a algo que existe em muitas outras ilhas espalhadas por esse mundo fora?
Certamente que poderão encontrar-se mais maravilhas naturais, mas desafiamos o visitante a comprovar esta pelos próprios olhos – e todos os outros sentidos associados. São várias cascatas onde as águas nunca param de correr. São montanhas verdejantes. E é uma lagoa.
Podemos talvez aqui apontar uma falha na Natureza, já que a lagoa, essa não dá para mergulhar nela. Trata-se de um terreno demasiado pantanoso. Apesar disso, apesar dessa contrariedade, o espetáculo desenhado por um ente invisível – não importa a crença, desde que se acredite que vale a pena viver -, aqui é o local para entrar em harmonia com a vida. Para aceder ao Poço da Alagoinha, tem de deixar o carro para trás e percorrer a pé por um trilho durante perto de 800 metros.
Avise-se: é quase sempre a subir, mas ninguém disse que tudo na vida vem de forma fácil e é preciso ser merecedor. Pode ainda aproveitar para ficar alojado na região, num dos vários alojamentos sustentáveis.
A Aldeia da Cuada é uma sugestão. A Reserva Natural do Morro Alto e Pico da Sé são outras referências locais. No caso do Morro Alto, trata-se do ponto mais alto da ilha e, dali, observa-se o Pico da Sé, imponente construção de origem vulcânica onde existem dois vales cavados pelas Ribeiras da Badanela e da Fazenda.
O clima típico do Atlântico confere uma atmosfera propícia a uma “zona dos nevoeiros”, com ventos muito fortes e elevada pluviometria. Isto permite que a vegetação seja rica em turfeiras (Sphagnum spp.) e florestas de cedro-do-mato (Juniperus brevifolia), o que dá a esta zona alta uma fisionomia peculiar e distinta do resto da ilha.
Quem por aqui passa, sabe que esta zona é ideal para a contemplação, relaxar e meditar. Fotografe, relaxe e mantenha o silêncio, pois este, já se sabe, é de ouro!