O Porto da Horta e a 1ª Travessia Aérea do Atlântico Norte

A Primeira Travessia Aérea do Atlântico Norte foi feita pelo hidroavião quadrimotor NC-4 com o nome de ”Liberty”, da U. S. Navy, que fazia parte de uma esquadrilha de três hidroaviões, o NC1 e o NC3, apetrechados de equipamento rádio. Do plano de voo elaborado pelo piloto John Towers, tinha como suporte 21 navios balizadores – destroyers – a partir de Cape Race (Terra Nova, Canadá), a intervalos de 50 milhas, equipados com holofotes, dando indicação do rumo.

Foi o NC-4, cuja tripulação era constituída pelo Comandante Tenente Albert Cushing Read, pelos Pilotos Tenentes Elmer Stone e Walter Hinton, pelos Engenheiros James Breese e Eugene S. Rhodes, e o Rádio Operador Herbert C. Rodd, o único avião da esquadrilha a terminar a viagem transatlântica.

A rota do NC-4 teve início na base naval de Rockaway Beach (Nova Iorque), de onde descolou no dia 8 de maio de 1919, mas por avaria de dois motores prosseguiu a viagem à superfície até à Naval Air Station de Chatham (Massachusetts), chegando só a 14 de maio a Halifax (Nova Escócia, Canadá), ao contrário dos outros dois hidroaviões. No dia seguinte, rumou a Trepassey Bay (Terra Nova e Lavrador, Canadá), e a 16 de maio descolou para prosseguir a rota do Atlântico, chegando a amarar na baía da Horta às 13:23 GMT do dia 17 de maio, contornando a costa norte da ilha do Faial.

Concluída esta primeira etapa em 15 horas e 13 minutos, a uma velocidade de cruzeiro de 148 quilómetros por hora, o NC-4 continuou a sua aventura épica no dia 20 de maio, amarando em Ponta Delgada, seguindo-se Lisboa a 27 de maio (Tejo), depois Figueira da Foz (Rio Mondego) e Ferrol (noroeste da Galiza), concluindo a travessia aérea em Plymouth (sudoeste da Inglaterra) a 31 de maio de 1919.

Modelo do NC-4 em exposição no Museu da Horta

Quanto aos outros dois hidroaviões, o NC1 ao fazer a amaragem a nordeste da ilha do Corvo, foi destruído por vagas alterosas e afundou-se, enquanto o NC3 no limite da sua capacidade, depois de amarar a sudoeste do Faial, voltou a descolar e amarar a cerca de 200 milhas de Ponta Delgada, muito danificado e incapaz de voar, ao fim de 53 horas de navegação marítima auxiliado por dois motores, alcançou aquele porto.

NC-4 a abastecer no porto da Horta

Foi o NC-4, cuja tripulação era constituída pelo comandante tenente Albert Cushing Read, pelos pilotos tenentes Elmer Stone e Walter Hinton, pelos engenheiros James Breese e Eugene S. Rhodes, e o rádio operador Herbert C. Rodd, o único avião da esquadrilha a terminar a viagem transatlântica, colocando doravante o porto da Horta na rota das carreiras comerciais da hidroaviação internacional, com início em finais dos anos 30 do séc. XX.

Texto de Luís Menezes