Andrew Arruda, neto de pescador micaelense em mares da Inteligência Artificial

Descendente de pescadores emigrados para o Canadá na década de 60, Andrew Arruda, luso-canadiano, de 28 anos, é no domínio da Inteligência Artificial, da Advocacia e do mundo empresarial uma figura proeminente a nível internacional. Detentor do prémio Portuguese Canadian Walk of Fame, em 2018, preza as suas origens humildes e é também o orgulho da família. “Se a vavó te visse agora! -” Foram as palavras da mãe, ao abraçar o filho na cerimónia de entrega do prémio, numa manifestação genuína de carinho por Andrew e de orgulho no trabalho sofrido dos seus antepassados.

Andrew descobre agora novos “bancos”, não de peixes, mas de neurónios artificiais na Silicon Valley, o que o coloca no Top 30 da Forbes como figura jovem dos mais inovadores do mundo. Iniciou os estudos numa escola pública, mas acabou por ingressar no ensino universitário (Trinity College, Sorbonne e Saskatchewan) onde fez o doutoramento em Direito. Entretanto, a sua veia de empresário consolidou-se e, a par da formação académica, desenvolveu ideias inovadoras como a aplicação de metodologias de inteligência artificial ao Direito, do que acabou por surgir uma empresa promotora de um acesso mais eficaz à jurisprudência. Foi assim que nasceu a Ross Inteligence, já com grande sucesso no Canadá e nos EUA e cujo objetivo é disponibilizar conteúdos no âmbito da indústria da tecnologia jurídica, o que a coloca na vanguarda desse movimento de inovação.

Todavia, Andrew não esquece a importância do saber ancestral das suas gentes, de que  enaltece a coragem de ter emigrado rumo ao desconhecido, o empreendorismo e a capacidade de vencer na vida com tenacidade, esforço e perseverança. Gente capaz de se sentir confortável, mesmo quando as situações o não são.

Texto e fotos de Humberta Araújo