Vila do Porto mantém-se fiel às qualidades que lhe ficaram do tempo em que a única ligação dos Açores ao mundo passava pelo seu aeroporto.
Naquela que foi a primeira vila açoriana, o despertar é um momento de sossego. Às sete da manhã, veem-se meia dúzia de habitantes seguindo na madrugada da vila. Na direção do mar, o Forte de São Brás é um soberbo monumento que se crê datado do século XVII, de onde se avista a baía, o porto e o imenso Atlântico.
Pelas oito horas, chegam os primeiros clientes no mercado municipal. Porém, à medida que a manhã avança, outros interessados vão aparecendo.
Esta é uma vila onde se respira tranquilidade, o que nem sequer se deve à pequenez da povoação, porque as suas gentes têm desde há muito o hábito de receber forasteiros, de forma cordial, simpática e afetiva.
Em Vila do Porto está instalado o Centro de Controlo Oceânico da Navegação Aérea de Portugal. A tradição aeronáutica da localidade remonta à II Guerra Mundial, altura em que foi instalada uma base militar norte-americana na ilha. Com o fim do conflito, a estrutura aeroportuária tornou-se o primeiro aeroporto internacional dos Açores. Algumas das principais companhias aéreas europeias, que faziam escalas técnicas e reabasteciam as aeronaves na ilha, instalaram-se em Vila do Porto, contribuindo para dinamizar a sua economia.
Na zona histórica da vila, é possível visitar o Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo, que acolhe o espólio daquele naturalista, num imóvel recuperado para o efeito, onde se pode conhecer não só a diversidade geológica e biológica de Santa Maria, como também o trânsito das suas aves migratórias. No edifício ao lado, a Casa dos Fósseis possibilita uma viagem 3D pela formação geológica da ilha, que dá a ver os fósseis marinhos marienses, únicos nos Açores, bem como disponibiliza um jogo interativo que permite ao visitante viver a experiência da paleontologia.

Texto de Maria Correia
Fotos de Eduardo Costa