Fábrica de cultura

BLOG-ARQUIPELAGO-1140X450

Do passado enquanto fábrica de tabaco e álcool restam apenas as memórias, as paredes em pedra basáltica e a chaminé. Hoje, o espaço totalmente reconvertido e reabilitado arquitetonicamente está transformado em fábrica de cultura. Mais do que um merecido espaço expositivo. Mais do que um centro de produção e criação artística e cultural. O Centro de Artes Contemporâneas – Arquipélago, localizado na Ribeira Grande, ilha de S. Miguel, Açores, assume-se como local de fruição da transdisciplinaridade artística no meio do Atlântico. Um espaço único em toda a Região, que pretende ser ponto de confluência representativo da arte contemporânea que se produz nas nove ilhas açorianas, sem se fechar ao mundo.

A visita ao local impõe-se tanto aos residentes como aos turistas. Passeie sem pressa. Desfrute do espaço interior e exterior. Há salas amplas e brancas, outras mais intimistas e sombrias. A cave está repleta de arcos em pedra e há antigas celas recuperadas. Em cada canto um pormenor. Até as casas de banho têm uma imanente componente artística.

mosaico-final

Inaugurado a 29 de março deste ano, o Centro de Artes Contemporâneas recebeu a sua primeira exposição em maio e contou com mais de 30 artistas representados. Teve como mote as tradicionais festas do Espírito Santo, por ser um elemento aglutinador nos Açores. A segunda grande exposição está prevista para setembro com a coleção de António Cachola, que terá como curador Sérgio Mah.

Artes visuais, artes performativas, multimédia, cinema, música, arquitetura, design, ilustração, literatura e moda são aceites no Arquipélago que, em julho, recebeu, por exemplo, o coreógrafo João Fiadeiro, acompanhado por sete bailarinos, para uma residência artística. Educação, residências artísticas e investigação/publicação são as principais áreas de atuação do Arquipélago, sem esquecer a vertente da responsabilidade social e do serviço educativo.

O Centro é constituído, entre outras valências, por uma loja/livraria, oficinas, centro de exposições, centro documental e uma  “blackbox”.

O Arquipélago está aberto de terça-feira a domingo, das 10h às 18h, sem interrupção para almoço e com entrada gratuita.

Texto de Ruben Medeiros

Fotografias cedidas pelo Arquipélago