A cidade-mar, como é conhecida, está abrigada pelo Monte da Guia e pelo Monte da Espalamaca, excelentes miradouros de uma bonita baía que durante os séculos XVI, XVII e XVIII foi um importante local de paragem para galeões e caravelas.
Nos dias de hoje, a Horta recebe um imenso número de navios transatlânticos no porto e iatistas na marina por onde começamos este passeio…
A mais visitada marina de Portugal foi inaugurada na década de 80 do século passado e é um porto de excelência no meio do Atlântico, representando uma escala obrigatória para os milhares de iates e veleiros internacionais que oferecem à cidade um aspeto cosmopolita.
Essas paragens são perpetuadas na muralha que protege a marina, repleta de imagens alusivas às histórias dos barcos e iatistas que cruzam o oceano oriundos dos mais variados pontos do mundo. É que, segundo a tradição, quem não deixa uma marca na marina da Horta corre o risco de sofrer algum dissabor na viagem…
Os desportos náuticos e as ligações marítimas diárias com a vizinha ilha do Pico refletem a permanente ligação ao mar e animam a cidade ao longo de todo o ano.
O mítico Peter Café Sport, com o seu famoso gin, é porto seguro para os locais e sobretudo para os iatistas. Local privilegiado para descontrair e sentir as histórias dos navegadores, o bar dispõe também de um pequeno museu de scrimschaw com exposições e arte- factos ligados à caça da baleia no século XIX e princípios do século XX, incluindo ornamentos de osso de baleia esculpidos.
Para quem quiser ir à praia, é logo ali ao virar da esquina: Porto Pim, uma baía de areias finas e águas calmas de um azul profundo, que combina na per- feição com o verde da vegetação envolvente. Um recanto paradisíaco, cujo encanto e beleza tem merecido honras de literatura.
A cidade histórica da ilha do Faial preserva um vasto património de casas típicas por entre ruas inclinadas, bem como de conventos e igrejas datadas dos séculos XVII a XIX. A arquitetura diferenciada está espelhada na Torre do Relógio ou nos cinco imóveis da Colónia Alemã que, outrora, albergou uma empresa de cabos submarinos alemães. É na Horta que tem sede a Assembleia Legislativa Regional dos Açores, cuja estrutura foi inaugurada há 25 anos e veio marcar uma nova tendência na edificação da cidade-mar. A Horta é também conhecida pela sua avenida marginal, onde muitos hortenses marcam encontro diário. No final do dia, sabe bem uma caminhada com vista para o canal e para a ilha do Pico, em frente.
Texto de David Borges
Foto de Eduardo Costa