Natureza inspirada

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As estradas são sinuosas mas precisamos delas para chegar aos pontos de maior beleza. A cada curva surge uma nova perspetiva e uma surpresa. Damos por nós a perguntar como é que aqueles enormes blocos de granito foram ali colocados ou como aqueles vales tão límpidos se formaram. E a resposta é simples: as importantes variações climáticas ocorridas em eras passadas, que delinearam e deram forma a tudo o que se nos depara. Os percursos de carro podem ter início em vários pontos, dependendo de onde vimos.

Escolhemos começar o nosso a partir de Braga, rumo a Terras de Bouro, descobrindo o caminho, depois, até à Vila do Gerês e Portela do Homem.

O Parque Nacional da Peneda-Gerês foi declarado área protegida em 1971, a primeira em Portugal. O parque continua para além das fronteiras com Espanha, abrangendo uma área na Galiza e formando o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurês.

A água das cascatas e rios é de uma transparência impressionante e pode ser bebida em qualquer ponto. E são fáceis de encontrar fontes, cascatas e rios. Sobretudo no fim do inverno, quando os gelos e neves dos pontos mais altos começam a derreter, o líquido cristalino corre em cada canto.

Mas para sentir verdadeiramente o Gerês só caminhando. Os trilhos estão bem identificados e existem para todas as idades e níveis de dificuldade. Os percursos estão agrupados por Portas, onde se podem recolher informação e desdobráveis com mapas, bem como atualização das condições do terreno. Ao todo são cinco Portas e um centro de educação ambiental.

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A biodiversidade no parque é imensa, incluindo espécies endémicas de plantas e animais, protegidas por leis de conservação e conduta humana. O símbolo do par- que é o corço, um cervídeo que não é raro encontrar em caminhadas. Os garranos, cavalos selvagens de aspe- to robusto, são o deleite do visitante e circulam calma- mente por todos os cantos da serra. O Parque Nacional da Peneda-Gerês é ainda habitat seguro para algumas espécies ameaçadas de extinção, entre elas o lobo, a marta e o gato-bravo.

Os observadores de aves têm aqui um verdadeiro paraíso de diversidade. Fácil é avistar aves de rapina, como a águia-cobreira ou os elegantes e coloridos passeriformes, dos quais são exemplos o pisco-de-peito-ruivo, o chapim-de-poupa ou o gaio. Junto aos cursos de água também se poderão observar aves aquáticas como o pato-real e o mergulhão-de-crista.

O carvalho é a árvore que domina os bosques. São árvores seculares, cujo maior mostruário se encontra na Mata da Albergaria, perto da Portela do Homem. Sugerimos uma caminhada por esta floresta encantada, única em Portugal.

O termalismo também tem aqui a sua importância. Muitos vêm às termas do Gerês para tratar males digestivos ou reumatismos crónicos. O estabelecimento termal está renovado e conta com modernos equipamentos para receber os visitantes que procuram estas águas com propriedades curativas.

Texto de Ana Leonor Soares